sexta-feira, 15 de julho de 2011

Arthur Rimbaud

Sensation

Par les soirs bleus d’été, j’irai dans les sentiers,
Picoté par les blés, fouler l’herbe menue:
Rêveur, j’en sentirai la fraîcheur à mes pieds.
Je laisserai le vent baigner ma tête nue.

Je ne parlerai pas, je ne penserai rien:
Mais l’amour infini me montera dans l’âme,*
Et j’irai loin, bien loin, comme un bohémien,
Par la Nature, – heureux comme avec une femme.

Arthur Rimbaud
Mars 1870

* Há duas versões do poema. Na outra, há variações na pontuação, e uma mudança no sexto verso, que fica: Mais un amour immense entrera dans mon âme.


Sensação

Pelas tardes amenas, por entre arvoredos,
Irei, roçando os trigos, pisar a erva modesta:
Sonhando, sentirei sua frescura em meus dedos
E deixarei o vento banhar minha testa.

Tentarei não falar, nem pensar, nesse instante:
Mas na minha alma, então, subirá a grande chama,
E andarei longe, além, como um boêmio errante,
Pela Mata,– feliz como aos pés de uma dama.

(trad. Paulo Monteiro)

Nenhum comentário:

Postar um comentário