A roupa branca eu lavo no rio,
Duas florzinhas eu crio.
Toca o sino – eu me persigno,
No tempo da fome – me afino.
A alma e o cabelo – como seda.
Mais cara que a vida – a boa vereda.
Cumpro fiel a minha obrigação.
– Mas amo você – lobo e ladrão!
(entre 26 de maio e 4 de junho de 1918)
(in Indícios flutuantes, trad. Aurora F. Bernardini, Martins Fontes, 2006)
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