sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Salvatore Quasimodo (2)

NESSUNO

Io sono forse un fanciullo
che ha paura dei morti,
ma che la morte chiama
perché lo sciolga da tutte le creature:
i bambini, l'albero, gli insetti:
da ogni coisa che ha cuore di tristezza.

Perché non ha più doni
e le strade son buie,
e più non c'è nessuno
che sappia farlo piangere
vicino a te, Signore.

(Acque e terre, 1920-1929)

...

NINGUÉM

Sou talvez um menino
com medo dos mortos,
mas que a morte chama
para desatá-lo de todas as criaturas:
as crianças, a árvore, os insetos:
de coisas com coração de tristeza.

Porque não há mais dádivas
e as estradas estão sombrias,
e ninguém mais resta
para fazê-lo chorar
próximo a ti, Senhor.

(Águas e terras, 1920-1929, trad. joão monteiro)

(in Tutte le poesie, Milano: Mondadori, 1995)

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