SÓTÃO
o sótão ficava entre o céu e o inferno.
uma escada nos ligava ao banheiro e ao mundo.
degraus silenciosos.
o telhado mostrava seus segredos
de um buraco eterno no teto.
um armário com todos os livros/chaves
guardava cumplicidade e cupins ruminados.
os filhos malditos disfarçavam em/cruz/ilhadas
bem queimadinhos.
o sol amanhecia esperanças
amarelas e vermelhas nas janelas antigas.
e a vida foi vivida como manda o figurino.
(in muito prazer, 3. ed., Rio de Janeiro: 7Letras, 2010)
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