Soneto a Orfeu n. XXII/I
Em nós a pressa mora.
Mas do tempo ao passar
tal bagatela ignora,
entre o que tem a vagar!
Tudo que corre agora
em breve há de acabar:
só o que custa e demora
nos pode consagrar.
Jovem, procura e ousa
– não a velocidade,
o voo tentador...
não, pois tudo repousa
no Eterno: claridade
e sombra, livro e flor.
(in Poemas / Rainer Maria Rilke, trad. Geir Campos, editora Luzes no Asfalto, São Paulo, 2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário