terça-feira, 3 de junho de 2014
Alphonsus de Guimaraes Filho (3)
SONETO DO AMOR FIEL
Numa vida imperfeita, no imperfeito
mundo – sozinhos e desenganados –,
da afeição que ilumina iluminados
como de um sol oculto em nosso peito,
que em nós subitamente se levante
a delicada, a matinal lembrança
do que chama nos foi sendo esperança
e hoje é nuvem pousada em céu distante.
Flua de nossas almas luminosas
serenidade, e em paz alimentemos
o que o mundo tornou em rebeldia.
Que o sentimento seja frágil rosa
à beira de um abismo que não vemos,
cegos de tanto respirar o dia...
(in Poemas, Rio de Janeiro : Sette Letras, 1998)
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