MANHÃ
Acordo
mais um dia
com ele o turvo e torpe véu sedento
do desejo.
Não me doem as costas
a matéria dos sonhos ainda me persegue
translúcida no quarto.
Só o peso do chão
do negro chão da espera
se estende espesso a meu lado como mundo
e metáfora.
(in
a vista desarmada, o tempo largo. Antologia. Poetas em homenagem a Vasco Graça Moura. Quetzal Editores, Lisboa, 2012)
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