ANTICO INVERNO
Desiderio delle tue mani chiare
nella penombra della fiamma:
sapevano di rovere e di rose;
di morte. Antico inverno.
Cercavano il miglio gli uccelli
ed erano súbito di neve;
cosí le parole.
Un po' di sole, una raggera d'angelo,
e poi la nebbia; e gli alberi,
e noi fatti d'aria al mattino.
ANTIGO INVERNO
Desejo de tuas mãos claras
na penumbra da chama;
explicavam carvalhos e rosas;
morte. Antigo inverno.
Buscavam grão as aves
e de repente se punham neve;
assim as palavras.
Um pouco de sol, auréola de anjo,
e enfim a névoa; e as árvores,
e nós feitos de ar na manhã.
(in Acque e terra / Águas e terras, 1930)
(trad. joão monteiro)
imagem: “Retrato de Salvatore Quasimodo”, de Renato Birolli (1905-1959)
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